A leitura atenta ao livro de Drauzio Varella, intitulado Por um fio, representa muito mais de uma forma de obtenção de conhecimento da natureza humana e sua profunda psicologia diante de um assunto extremamente perturbador para nós: a morte. As situações nesse livro tratam-se de doentes em fase terminal que vêem - se diante do fim da existência humana, com isso aprendem sobre a verdadeira importância da vida.
Desprendem-se muitos casos do autor, alguns mostram a inesperada reação dos pacientes com câncer quando percebem sua perspectiva de vida diminuir lentamente.
Ao longo do contexto e conhecendo diversas histórias de vida ficamos positivamente perplexos pela biografia de Drauzio Varella. Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, especialista em oncologia e vários tipos de estágios nos diversos ramos da medicina, um currículo respeitável, ele possui uma imensurável sensibilidade com o paciente e encontra dificuldades maiores em tratar a alma humana do que os problemas físicos propriamente ditos.
A lição mais importante que pode - se obter através dessa leitura é visível neste parágrafo: “Custei a aceitar a constatação de que muitos de meus pacientes encontravam novos significados para a existência ao senti-la esvair-se, a ponto de adquirirem mais sabedoria e viverem mais felizes que antes, mas essa descoberta transformou a minha vida pessoal: será que com esforço não consigo aprender a pensar e a agir como eles enquanto tenho saúde?”.
domingo, 12 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Chegou a hora de esquecer os maus hábitos da natureza humana
Estive pensando esses dias qual seria a postagem que publicaria no meu blog, pensei, pensei e de repente veio-me a idéia de relembrar tempos como os das vanguardas européias surrealistas, simplesmente transcrever o que vier - me à cabeça.
Em algum momento do qual não me lembro vi uma frase feita por Einstein que dizia (não sei se exatamente com as mesmas palavras, entretanto o mais importante foi o que ela despertou em mim através de seu entendimento): Em que mundo vivemos onde é mais difícil quebrar um átomo do que um preconceito. A relação direta que Albert Einstein passou entre a natureza humana e o avanço tecnológico mostra o verdadeiro macaco nu que somos (ver última postagem). Conseguimos evoluir positivamente em tantos aspectos, mas mostramo-nos presos a tantos outros que só mesmo, por tratar-se de uma lei universal como diz os filósofos, uma natureza humana e irreversível explicaria tão afirmação. Infelizmente isso é fato.
Podemos citar acontecimentos passados quando o mundo de 1939 à 1945 foi vítima de uma Guerra Mundial onde todo o potencial de criação humana estava sendo desperdiçado em um tenebroso conflito, a bomba de Hiroxima foi decididamente uma ação anti-paz, esse acontecimento histórico serviu de cenário para obras de muitos artistas ao redor do mundo, como Vinicius de Moraes com o poema A Rosa de Hiroxima, Pablo Picasso com a criação do quadro Guernica, que retrata o sofrimento do povo polonês vítima do ensaio dessa guerra que mais tarde viria a prejudicar o mundo, e até hoje comove e ensina crianças da realidade em que vivemos, o Homem mostrou-se amargo, o Homem foi violento, o Homem fere os corações e a alma de seus semelhantes. Isso que acabei de citar também é desenvolvido em um dos documentários de Carl Sagan, um astrofísico amante da ciência e que lutou por sua expansão.
Outro exemplo que possivelmente pode vir a ocorrer é o preconceito genético. As ciências biológicas é uma área em constante expansão e descobrimentos. Com novas tecnologias e com as descobertas dos cientistas Francis Crick e James D. Watson o mundo pode dar início a uma nova era: O DNA. Esses cientistas desembrulharam nossa essência. Hoje ainda não é possível, todavia podemos num futuro não tão distante ter acesso ao mapeamento do cromossomo humano para ter ciência das patologias, herança de doenças ligadas ao sexo e suas prevenções, enfim, poderemos analisar a vida. Por esse motivo e fins comerciais entre outros está sendo realizado no Brasil e em outros lugares do mundo o projeto Genoma Humano. Esse projeto tem o intuito de mapear os mais de 20 mil genes do cromossomo humano e codificá-los, isto é, descobrir qual parte do DNA é responsável por tão característica que nos faz tão diferentes ou semelhantes de outros animais. Diante desses argumentos apresentados podemos tirar algumas conclusões que não passam de lógicas suposições: Muitos convênios médicos podem exigir exames de DNA para não serem submetidos a altos gastos com seus pacientes, caso o mesmo venha a ter uma doença grave como o câncer. Muitas empresas podem pedir o exame de DNA para escolher candidatos biologicamente superiores que outros. Enfim, mil e uma possibilidades.
Retornando a frase de Albert Einstein, todos esses exemplos são provas de que o conhecimento não é o vilão do mundo e sim a forma de que vão usá-los ou de como vamos tirar proveito do mesmo. O ser humano é o único Homo Sapiens Sapiens (Homem que sabe que sabe) e também é o único que mesmo tendo consciência e compreendendo o mundo que o cerca o destrói. Nossa passagem pelo mundo assim como a dos dinossauros significará algo para os demais seres que virão a habitar a Terra. Agora depende de nós decidir como viveremos no mundo que nos resta. Com o aquecimento da temperatura média global muitas idéias, como essa são levantadas, ouvimos e ouvimos e nada fazemos, apenas somos passivos e tão bons receptores que nem nos damos ao trabalho de ser um emissor e lutar em pró de nosso bem-estar, tratar essas frases como um imperativo. E como diz esta frase, se não me engano, por Madre Teresa de Calcutá: “Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano seria menor.”
Em algum momento do qual não me lembro vi uma frase feita por Einstein que dizia (não sei se exatamente com as mesmas palavras, entretanto o mais importante foi o que ela despertou em mim através de seu entendimento): Em que mundo vivemos onde é mais difícil quebrar um átomo do que um preconceito. A relação direta que Albert Einstein passou entre a natureza humana e o avanço tecnológico mostra o verdadeiro macaco nu que somos (ver última postagem). Conseguimos evoluir positivamente em tantos aspectos, mas mostramo-nos presos a tantos outros que só mesmo, por tratar-se de uma lei universal como diz os filósofos, uma natureza humana e irreversível explicaria tão afirmação. Infelizmente isso é fato.
Podemos citar acontecimentos passados quando o mundo de 1939 à 1945 foi vítima de uma Guerra Mundial onde todo o potencial de criação humana estava sendo desperdiçado em um tenebroso conflito, a bomba de Hiroxima foi decididamente uma ação anti-paz, esse acontecimento histórico serviu de cenário para obras de muitos artistas ao redor do mundo, como Vinicius de Moraes com o poema A Rosa de Hiroxima, Pablo Picasso com a criação do quadro Guernica, que retrata o sofrimento do povo polonês vítima do ensaio dessa guerra que mais tarde viria a prejudicar o mundo, e até hoje comove e ensina crianças da realidade em que vivemos, o Homem mostrou-se amargo, o Homem foi violento, o Homem fere os corações e a alma de seus semelhantes. Isso que acabei de citar também é desenvolvido em um dos documentários de Carl Sagan, um astrofísico amante da ciência e que lutou por sua expansão.
Outro exemplo que possivelmente pode vir a ocorrer é o preconceito genético. As ciências biológicas é uma área em constante expansão e descobrimentos. Com novas tecnologias e com as descobertas dos cientistas Francis Crick e James D. Watson o mundo pode dar início a uma nova era: O DNA. Esses cientistas desembrulharam nossa essência. Hoje ainda não é possível, todavia podemos num futuro não tão distante ter acesso ao mapeamento do cromossomo humano para ter ciência das patologias, herança de doenças ligadas ao sexo e suas prevenções, enfim, poderemos analisar a vida. Por esse motivo e fins comerciais entre outros está sendo realizado no Brasil e em outros lugares do mundo o projeto Genoma Humano. Esse projeto tem o intuito de mapear os mais de 20 mil genes do cromossomo humano e codificá-los, isto é, descobrir qual parte do DNA é responsável por tão característica que nos faz tão diferentes ou semelhantes de outros animais. Diante desses argumentos apresentados podemos tirar algumas conclusões que não passam de lógicas suposições: Muitos convênios médicos podem exigir exames de DNA para não serem submetidos a altos gastos com seus pacientes, caso o mesmo venha a ter uma doença grave como o câncer. Muitas empresas podem pedir o exame de DNA para escolher candidatos biologicamente superiores que outros. Enfim, mil e uma possibilidades.
Retornando a frase de Albert Einstein, todos esses exemplos são provas de que o conhecimento não é o vilão do mundo e sim a forma de que vão usá-los ou de como vamos tirar proveito do mesmo. O ser humano é o único Homo Sapiens Sapiens (Homem que sabe que sabe) e também é o único que mesmo tendo consciência e compreendendo o mundo que o cerca o destrói. Nossa passagem pelo mundo assim como a dos dinossauros significará algo para os demais seres que virão a habitar a Terra. Agora depende de nós decidir como viveremos no mundo que nos resta. Com o aquecimento da temperatura média global muitas idéias, como essa são levantadas, ouvimos e ouvimos e nada fazemos, apenas somos passivos e tão bons receptores que nem nos damos ao trabalho de ser um emissor e lutar em pró de nosso bem-estar, tratar essas frases como um imperativo. E como diz esta frase, se não me engano, por Madre Teresa de Calcutá: “Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano seria menor.”
sábado, 20 de junho de 2009
O macaco nu - Desmond Morris
Em agradecimento ao Diego dedico este texto sem o qual sua produção não seria possível.
O livro “O macaco nu” possui um total de VIII capítulos, sendo eles: Origens, Sexo, Crescimento, Exploração, Agressão, Alimentação, Conforto e Animais. No primeiro capítulo: Origens, Desmond Morris discorre sobre as origens da espécie da humana, deixando muito claro sua posição de defensor da idéias Darwinistas ao fazer uma explanação do conteúdo com base em conceitos evolutivos. Ele remonta as nossas origens primitivas e o modo como nos diferenciamos dos primatas ao longo de nossa história evolutiva. Através de seus estudo podemos acrescentar nossos conhecimentos em relação ao processo evolutivo do Homem. Muitos pequenos detalhes compõe a espécie humana.
No segundo capítulo: Sexo, Desmond Morris aborda de modo inusitado a questão sexual, efetuando uma análise zoológica descomprometida com qualquer moralidade, feita em outras espécies, mas pouco comum para o gênero humano. Neste aspecto observamos a ênfase dada pelo autor à questão sexual, podemos visualizar o quanto nosso atual modo de ser tem relações diretas com a evolução dos mecanismos reprodutivos, um exemplo polêmico disto é a abordagem que Morris dá para as mamas, ele chega a afirmar que elas possuem maior função no campo sexual do que no campo da alimentação de bebês. É nesse capítulo em que ele observa a evolução que nos levou a copular de frente um para o outro, a evolução dos lábios se posicionando no sentido “para fora”, além de não deixar passar o tamanho do órgão sexual humano que se comparado em proporcionalidade ao corpo é o maior da natureza. Há certo momento em que Morris afirma que o uso de veste, o sitiem por exemplo, é algo puramente relacionado ao sexualismo, enquanto sua função é a proteção das partes íntimas.
No capítulo Crescimento Desmond Morris aborda o produto do processo reprodutivo (Sexo): a criança. O modo como ela cresce, se desenvolve, nossas diferenças mais significativas em relação a outras espécies como, por exemplo, a grande capacidade de aprendizado por imitação que tem como um de seus maiores a fala: Aprendemos a nos comunicar muito rapidamente, expandimos nosso vocabulário numa velocidade assustadora e somos únicos neste aspecto. É neste capítulo também que descobrirmos que primeiro Choramos para depois rir, onde Desmond Morris apresenta um interessante ponto de vista a respeito da evolução do riso a partir do choro, do papel no riso no desenvolvimento da relação da mãe com o filho e de como o riso tem ligação direta com a ausência de pelo no homem. Neste capítulo também Desmond Morris aponta de maneira interessante os meios de aprendizagem: Por imitação e por curiosidade. Aponta o papel que algumas sociedades humanas têm de reprimir o meio de aprendizagem por curiosidade e como isto pode fazer com que sociedades inteiras se desenvolvam através da imitação de velhos conceitos. No capitulo: Exploração, observamos nosso caráter exploratório, dado pelo fato de não ser especializados em absolutamente nada. Morris chega a dizer (na página 136 da edição utilizada por nossa dupla): (...) “Dentre todos os não especialistas, os macacos e símios são talvez os mais oportunistas. Constituem de fato um grupo especializado na não especialização.”
No capítulo: Agressão, entendemos um pouco melhor o que acontece com o corpo do macaco pelado quando este fica nervoso e se preparada para um combate iminente, percebemos o quanto este processo pode ser custoso fisicamente e o quanto o combate direto foi substituído paulatinamente ao longo de nossa história evolutiva por técnicas mais “inteligentes”.
No capítulo Alimentação, temos uma ressalva do caráter oportunista de nossa espécie no campo da alimentação e na ausência de especialização em algum ramo alimentar. Além disso, porém temos também a importância de nossa transformação evolutiva de herbívoros em animais carnívoros e o modo como está mudança do hábito alimentar provocou profundas mudanças em nossa espécie. As mudanças no campo da alimentação se operaram no decurso de milhares de anos e segundo o autor surpreende o fato de que mesmo com os constantes progressos tecnológicos nós ainda tenhamos mantido esses hábitos conosco nos comportando do ponto de vista alimentar de modo muito parecido com sempre foi.
No capítulo: Conforto, Desmond Morris, demonstra como as nossas relações de trocas mútuas e do sentimento de cooperação dentro da própria espécie colaboraram para a criação de um estado de conforto bem peculiar de nossa espécie. Contribuindo para esse conforto desenvolvemos sistemas de trocas amigáveis, existe neste aspecto importância especial da fala. No capítulo podemos observar como a evolução de nossa espécie colaborou de modo brutal para aumentar paulatinamente os níveis de conforto, níveis esses que posteriormente podem ser relacionados à nossas atitudes em relação a outros animais no capítulo, intitulado animais.
No capítulo Animais, Desmond Morris ressalta mais uma vez que nenhuma espécie de forma superior é capaz de não se relacionar com ao menos algumas espécies que habitem o seu mesmo território. Podem encarar-se os outros animais de cinco maneiras diferentes: como presos, como simbiontes, como competidores, como parasitas, ou como perseguidores. São basicamente relações nestes níveis que se travam entre o macaco nu e as demais espécies. Evidentemente que dado os atuais progressos tecnológicos algumas categorias estão menos em evidência como, por exemplo: Perseguidores. É mencionada ainda neste capítulo a relação do homem ao utilizar o cão como “instrumento” de caça, entre outros pontos interessantes da relação do homem com os animais.
Para nós, Desmond Morris abriu muitos caminhos sobre a evolução dos primatas, o macaco nu, mas o mais importante é que o autor deteu-se a utilização de termos excessivamente técnicos o que facilitou durante a leitura da obra sua compreensão. Mesmo em seu livro conter traços típicos da teoria evolucionista de Darwin, Desmond não enxerga esse processo apenas como um único microorganismo que originou as centenas de seres vivos existentes na biofera, isso não é fruto de não crítica à Darwin, o autor preocupa-se com cada gesto, cada feição, cada traço, cada detalhe que foram de inestimável utilização para chegarmos no estágio evolutivo em que encontramo-nos atualmente.
Outro aspecto que merece destaque é o modo que Desmond trata seu leitor. Vejamos uma afirmação que sintetiza essa idéia: “Observações engenhosas... com espírito e um estilo gracioso e fluente, o zoólogo Morris consegue empolgar o próprio animal que ele está tentando explicar”. Durante a leitura há momentos em que simplesmente esquecemos de que estamos lendo e aprendendo sobre nós mesmos. Somos os legítimos macacos nus.
O livro “O macaco nu” possui um total de VIII capítulos, sendo eles: Origens, Sexo, Crescimento, Exploração, Agressão, Alimentação, Conforto e Animais. No primeiro capítulo: Origens, Desmond Morris discorre sobre as origens da espécie da humana, deixando muito claro sua posição de defensor da idéias Darwinistas ao fazer uma explanação do conteúdo com base em conceitos evolutivos. Ele remonta as nossas origens primitivas e o modo como nos diferenciamos dos primatas ao longo de nossa história evolutiva. Através de seus estudo podemos acrescentar nossos conhecimentos em relação ao processo evolutivo do Homem. Muitos pequenos detalhes compõe a espécie humana.
No segundo capítulo: Sexo, Desmond Morris aborda de modo inusitado a questão sexual, efetuando uma análise zoológica descomprometida com qualquer moralidade, feita em outras espécies, mas pouco comum para o gênero humano. Neste aspecto observamos a ênfase dada pelo autor à questão sexual, podemos visualizar o quanto nosso atual modo de ser tem relações diretas com a evolução dos mecanismos reprodutivos, um exemplo polêmico disto é a abordagem que Morris dá para as mamas, ele chega a afirmar que elas possuem maior função no campo sexual do que no campo da alimentação de bebês. É nesse capítulo em que ele observa a evolução que nos levou a copular de frente um para o outro, a evolução dos lábios se posicionando no sentido “para fora”, além de não deixar passar o tamanho do órgão sexual humano que se comparado em proporcionalidade ao corpo é o maior da natureza. Há certo momento em que Morris afirma que o uso de veste, o sitiem por exemplo, é algo puramente relacionado ao sexualismo, enquanto sua função é a proteção das partes íntimas.
No capítulo Crescimento Desmond Morris aborda o produto do processo reprodutivo (Sexo): a criança. O modo como ela cresce, se desenvolve, nossas diferenças mais significativas em relação a outras espécies como, por exemplo, a grande capacidade de aprendizado por imitação que tem como um de seus maiores a fala: Aprendemos a nos comunicar muito rapidamente, expandimos nosso vocabulário numa velocidade assustadora e somos únicos neste aspecto. É neste capítulo também que descobrirmos que primeiro Choramos para depois rir, onde Desmond Morris apresenta um interessante ponto de vista a respeito da evolução do riso a partir do choro, do papel no riso no desenvolvimento da relação da mãe com o filho e de como o riso tem ligação direta com a ausência de pelo no homem. Neste capítulo também Desmond Morris aponta de maneira interessante os meios de aprendizagem: Por imitação e por curiosidade. Aponta o papel que algumas sociedades humanas têm de reprimir o meio de aprendizagem por curiosidade e como isto pode fazer com que sociedades inteiras se desenvolvam através da imitação de velhos conceitos. No capitulo: Exploração, observamos nosso caráter exploratório, dado pelo fato de não ser especializados em absolutamente nada. Morris chega a dizer (na página 136 da edição utilizada por nossa dupla): (...) “Dentre todos os não especialistas, os macacos e símios são talvez os mais oportunistas. Constituem de fato um grupo especializado na não especialização.”
No capítulo: Agressão, entendemos um pouco melhor o que acontece com o corpo do macaco pelado quando este fica nervoso e se preparada para um combate iminente, percebemos o quanto este processo pode ser custoso fisicamente e o quanto o combate direto foi substituído paulatinamente ao longo de nossa história evolutiva por técnicas mais “inteligentes”.
No capítulo Alimentação, temos uma ressalva do caráter oportunista de nossa espécie no campo da alimentação e na ausência de especialização em algum ramo alimentar. Além disso, porém temos também a importância de nossa transformação evolutiva de herbívoros em animais carnívoros e o modo como está mudança do hábito alimentar provocou profundas mudanças em nossa espécie. As mudanças no campo da alimentação se operaram no decurso de milhares de anos e segundo o autor surpreende o fato de que mesmo com os constantes progressos tecnológicos nós ainda tenhamos mantido esses hábitos conosco nos comportando do ponto de vista alimentar de modo muito parecido com sempre foi.
No capítulo: Conforto, Desmond Morris, demonstra como as nossas relações de trocas mútuas e do sentimento de cooperação dentro da própria espécie colaboraram para a criação de um estado de conforto bem peculiar de nossa espécie. Contribuindo para esse conforto desenvolvemos sistemas de trocas amigáveis, existe neste aspecto importância especial da fala. No capítulo podemos observar como a evolução de nossa espécie colaborou de modo brutal para aumentar paulatinamente os níveis de conforto, níveis esses que posteriormente podem ser relacionados à nossas atitudes em relação a outros animais no capítulo, intitulado animais.
No capítulo Animais, Desmond Morris ressalta mais uma vez que nenhuma espécie de forma superior é capaz de não se relacionar com ao menos algumas espécies que habitem o seu mesmo território. Podem encarar-se os outros animais de cinco maneiras diferentes: como presos, como simbiontes, como competidores, como parasitas, ou como perseguidores. São basicamente relações nestes níveis que se travam entre o macaco nu e as demais espécies. Evidentemente que dado os atuais progressos tecnológicos algumas categorias estão menos em evidência como, por exemplo: Perseguidores. É mencionada ainda neste capítulo a relação do homem ao utilizar o cão como “instrumento” de caça, entre outros pontos interessantes da relação do homem com os animais.
Para nós, Desmond Morris abriu muitos caminhos sobre a evolução dos primatas, o macaco nu, mas o mais importante é que o autor deteu-se a utilização de termos excessivamente técnicos o que facilitou durante a leitura da obra sua compreensão. Mesmo em seu livro conter traços típicos da teoria evolucionista de Darwin, Desmond não enxerga esse processo apenas como um único microorganismo que originou as centenas de seres vivos existentes na biofera, isso não é fruto de não crítica à Darwin, o autor preocupa-se com cada gesto, cada feição, cada traço, cada detalhe que foram de inestimável utilização para chegarmos no estágio evolutivo em que encontramo-nos atualmente.
Outro aspecto que merece destaque é o modo que Desmond trata seu leitor. Vejamos uma afirmação que sintetiza essa idéia: “Observações engenhosas... com espírito e um estilo gracioso e fluente, o zoólogo Morris consegue empolgar o próprio animal que ele está tentando explicar”. Durante a leitura há momentos em que simplesmente esquecemos de que estamos lendo e aprendendo sobre nós mesmos. Somos os legítimos macacos nus.
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